Vivemos numa verdadeira Matrix?

             E se nossa vida fosse uma mentira e vivêssemos em uma realidade criada por humanóides que vivem no futuro? Tudo bem, parece coisa do filme Matrix lançado em 1999. Porém, para alguns cientistas renomados, o roteiro do filme poderia, sim, ser uma realidade. Um dos principais a acreditar nessa teoria é Richard Terrile, diretor e designer automatizado no centro tecnológico da NASA.

            Muito provavelmente, se não fosse sua alta patente, Terrile seria considerado mais um maluco criando teorias conspiratórias sem sentido algum. Mas não é o caso, suas ideias foram divulgadas na internet e compartilhadas por muitas pessoas que acreditam na teoria, e inclusive, enxergam alguns indicativos de sua veracidade.

Está curioso? Vamos então falar sobre a possível Matrix na qual estamos vivendo, levantando todos os pontos da teoria e afirmações que a cercam.

O controle vindo do futuro e os simuladores

Segundo a teoria de Richard Terrile, nossa vida na verdade se passa dentro de um simulador, e ela é controlada totalmente por um programador dentro de uma Matrix, por assim dizer. Ou seja, todas as guerras, conflitos, disputas políticas, fome, tragédias, entre outras passagens históricas da humanidade, não seriam parte da história contada pelos homens. E sim, na verdade, um roteiro criado por alguém que vê nossa sociedade como um grupo de fantoches, onde todas as decisões já estão pré-estabelecidas e esperadas nesse sistema, de acordo com a personalidade também já pré-estabelecida de cada pessoa.

Seguindo a lei de Moore, que conta sobre a evolução das máquinas, bem como de sua capacidade de processamento, essa teoria seria realmente possível. Assim, a partir do simulador, a criação de novas realidades seria algo palpável. Onde, o caminhar da sociedade poderia ser definido por vários motivos distintos, como por mera diversão ou até na expectativa de recriar momentos da história da humanidade antes da criação do tal simulador.

            O poder em volta desse simulador seria tamanho, que ele teria a capacidade de controlar todas as bilhões de pessoas no mundo, simultaneamente, fazendo com que todos sentissem, agissem e fizessem aquilo que fosse estabelecido pelo então programador. E tudo isso sem que ninguém desconfiasse de tal manipulação. Ainda que pareça um grande exagero, alguns cientistas e filósofos renomados passaram a levar a teoria em consideração, identificando o conceito como algo realmente possível.

Elon Musk e a maior divulgação da teoria

            Em 2016, Elon Musk, o CEO da empresa SpaceX afirmou acreditar que sua vida se passava dentro de um simulador de mundo, onde várias realidades poderiam existir e a nossa seria apenas uma delas.  Bem, essa ideia parte do princípio de que a tecnologia evolui em uma velocidade muito acelerada, e que talvez a humanidade pudesse atingir um patamar tão elevado de evolução a nível de ser possível realizar a criação de uma inteligência, inserida em um universo totalmente simulado, onde também pudesse desfrutar de uma consciência. E vejam só, estes seres conscientes seriamos nós.

            Isso segundo os filósofos, pois para eles, a humanidade já chegou a esse nível...quer dizer, nós não, mas os programadores do futuro. Assim, as pessoas ao seu redor, bem como você, na verdade seriam parte de um jogo, onde nossas decisões são manipuladas por seres superiores e mais avançados que os de nosso universo.

            E as coisas podem ser mais complexas do que parecem, se é que isso seja possível. Segundo Chalmers, durante a realização de um podcast realizado na plataforma do The Guardian, é simplesmente impossível provar que essa teoria seria falsa ou verdadeira pelo fato de que “qualquer prova poderia ser, na verdade, uma simulação”.

 A teoria é tão aceita como possibilidade real, que algumas conferências já ocorreram para realizar debates sobre o assunto. Uma delas aconteceu no Museu Americano de História Natural e reuniu grandes mentes da filosofia e da ciência, entre eles, o apresentador do evento era Neil deGrasse Tyson, astrofísico nascido em Nova York, nos Estados Unidos.

 Para Neil, a possibilidade dessa teoria ser real é “meio a meio”. Ele, aliás, lembrou sobre os chimpanzés, que mesmo possuindo uma constituição genética próxima a 98% em relação à raça humana, ainda assim, contém uma inteligência muito distinta da nossa. Uma realidade criada a partir da simulação poderia ser uma explicação plausível para isso, além de muitas outras situações presentes na humanidade as quais a ciência não consegue explicar.

Os raios cósmicos como indicativo de uma Matrix

Segundo Zohreh Davoudi, física teórica do MIT, os raios cósmicos deveriam ser observados e estudados mais de perto pela humanidade, isso porque eles poderiam ser uma “assinatura” presente neste tipo de simulação e mais, funcionariam como uma espécie de limite imposto pelo “programador”. 

E Davoudi não é única pessoa a pensar assim, o filósofo David Chalmers concorda com sua teoria e comenta: “Quando usamos estes dispositivos de realidade virtual, como os óculos Rift, acontece algo que chamamos de ‘screen door effect’. É como se, caso você se aproximasse muito de uma coisa no jogo, você conseguisse ver os pixels. Ou seja, você percebe que não é uma simulação perfeita. Acho que a que Zohreh está querendo dizer é que não conseguimos evidência empírica do ‘screen door effect’ na física da vida real”.

Já Zohreh, corrige e complementa a linha de pensamento de David: “Na verdade, não é sobre não ter informação o suficiente, é mais profundo do que isso. É sobre algo de que Feynman já se ocupava. Por que você precisa de um número infinito de informação para descrever uma parte minúscula do espaço-tempo? Isso não faz sentido.”

É bem verdade que essa teoria não é bem vista por tantos outros cientistas, como Lisa Randall, formada na Universidade de Harvard. Para ela, seguir essa linha de raciocínio funciona como uma forma de “isentar” a humanidade de seus erros, afinal tudo seria fruto de uma simulação e não teríamos como escapar de um destino já pré-estabelecido. Ela completa afirmando que isso não é nada construtivo para a humanidade que deveria se preocupar e apresentar soluções para outras questões e problemas que envolvem nossa sociedade.

            Você já se imaginou como uma simulação? Onde tudo que você faça, pense e sinta já é algo conhecido por alguém “superior” e humano? Isso soa estranho, é verdade, porém é uma das teorias conspiratórias mais misteriosas da humanidade, afinal de contas, sua veracidade ou inveracidade é completamente desconhecida. Não à toa, dentro do próprio mundo científico, essa é uma discussão que divide tantas opiniões.